sábado, 12 de novembro de 2011

E a muito tempo isso não me ocorria. Ele entrou, abriu as janelas, deixou o Sol entrar, limpou a poeira, tirou o que estava sujo, e arrumou tudo. Talvez uma arrumação desorganizada, mas arrumado. Ciúmes e lágrimas não constavam no meu dicionario. Eram coisas raras, e agora? Ele inventou de arrumar isso também. O medo de perder alguém, nunca tinha sentido antes. Talvez quando eu ainda dependia da minha família, eu tivesse esse medo. Mas a algum tempo eu não dependia de mais nada. Eu só precisava de mim mesma. Do meu amor próprio. Da minha felicidade. Mas ele bateu o pé em arrumar isso também. Ainda não descobri se isso foi bom. Toda essa arrumação mexeu com coisas guardar muito bem no fundo, atrás de todas as outras coisas. Mas ele inventou de remexer o baú e jogar coisas fora, limpar outras e arrancar lá do fundo coisas que não tinham mais importância. E agora fico eu aqui, querendo guardar essas coisas, trancar esse baú, e secar essas lágrimas. Por que isso não é algo que me descreva, são águas passadas. Eu gostava das teias de aranha, e do quarto escuro. Será mesmo que tudo isso está melhor assim?

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